Calendário Astronômico – Agosto 2025

O Céu de Agosto

Eventos Astronômicos de Agosto

As férias acabaram, mas temos certeza que você você aproveitou nossas dicas para observar todas as belezas do calendário astronômico de julho! E o céu de agosto segue apresentando um cardápio riquíssimo de formosuras celestes observáveis a olho nu e com pequenos telescópios.

Agosto também é o mês do injustificável sensacionalismo em torno da chuva de meteoros Perseídeos. Apesar de ser uma chuva de destaque para observadores no hemisfério norte, ocorrendo durando o verão daquele hemisfério e com um radiante que favorece observadores em latitudes da Europa e da América do Norte, aqui no hemisfério sul este é um evento pouco promissor e há outras chuvas muito mais prolíficas durante o ano (spoiler: em dezembro os Geminídeos não costumam decepcionar).

CALENDÁRIO ASTRONÔMICO - AGOSTO 2025
Data e Hora    | Evento

2025/08/01 09h | Quarto Crescente
2025/08/01 11h | X e V Lunares visíveis
2025/08/01 17h | Lua no apogeu
2025/08/04 01h | Antares 0.5°N da Lua
2025/08/05 10h | Lua mais ao sul (-28.5)
2025/08/08 02h | Plutão 0.0°N da Lua
2025/08/09 04h | Lua Cheia
2025/08/10 13h | Mercúrio estacionário
2025/08/12 02h | Vênus 0.9°S de Júpiter
2025/08/12 09h | Saturno 3.6°S da Lua
2025/08/12 10h | Netuno 2.5°S da Lua
2025/08/12-13  | Pico de Atividade dos Perseídeos 
2025/08/14 15h | Lua no perigeu
2025/08/16 02h | Quarto Minguante
2025/08/16 15h | Urano 5.2°S da Lua
2025/08/18 12h | Lua mais ao norte (28.6)
2025/08/19 07h | Mercúrio em maior elongação a oeste (18)
2025/08/19 19h | Júpiter 4.7°S da Lua
2025/08/20 08h | Pollux 2.4°N da Lua
2025/08/20 09h | Vênus 4.7°S da Lua
2025/08/21 15h | Mercúrio 3.5°S da Lua
2025/08/23 02h | Regulus 1.2°S da Lua
2025/08/23 03h | Lua Nova
2025/08/26 11h | Marte 2.5°N da Lua
2025/08/27 10h | Spica 1.0°N da Lua
2025/08/29 11h | Lua no apogeu
2025/08/31 03h | Quarto Crescente
2025/08/31 07h | Antares 0.6°N da Lua

Destaques do Mês

Um conjunção dupla decora o céu no fim da madrugada de 12 de agosto. Júpiter e Vênus se emparelham ao nascer do Sol enquanto a Lua passa ao lado de Saturno. Na mesma madrugada, em localidades mais escuras, são grandes as possibilidade de presenciar alguns dos meteoros da chuva Perseídeos, um dia antes do pico de atividade da chuva.

Visão do céu, mostrando a eclíptica e as constelações de gêmeos, órion, touro, peixes, aquário, cão maior e cão menor. Júpiter e Vênus estão juntos em gêmeos. A Lua e Saturno estão juntos em Peixes.
Simulação do céu na madrugada de 12 de agosto gerada no software Stellarium.

E os Meteoros?

Chuvas de meteoros ocorrem quando a Terra cruza regiões de sua órbita ricas em detritos. Esses detritos entram na atmosfera sofrendo atrito e se tornando incandescentes, assumindo um aspecto muito parecido com o das estrelas, por isso são também chamados de “estrelas cadentes“. Os detritos que geram a chuva de meteoros Perseídeos são associados ao cometa 109P/Swift-Tuttle e todos os anos, por volta do dia 12 de agosto a Terra cruza essa área, proporcionando um espetáculo para observadores atentos.

Veja bem, os Perseídeos são mesmo uma chuva de meteoros bastante produtiva. Mas tem um “depende” aí. Primeiro é preciso lembrar que a condição ideal para observar uma chuva de meteoros é ter o radiante no ponto mais alto do céu, em um local escuro e sem interferência da Lua.

O radiante é o ponto de onde os meteoros parecem se originar e isso varia para cada chuva de meteoros. No caso dos Perseídeos, esse ponto se localiza na direção da constelação de Perseu. E essa é uma constelação localizada muito ao norte… ou seja, o radiante não ficará alto no céu para quem mora no hemisfério sul. Isso nos coloca numa condição bem desfavorável para observá-los.

Outro ponto importante é estar em um local afastado da poluição luminosa. Ao tentar observar meteoros numa área urbana, veremos apenas os objetos mais brilhantes. Não espere ter a sensação de estar vendo realmente uma “chuva” com dezenas de meteoros por hora se você estiver em uma região iluminada.

Por último, além da interferência da poluição luminosa temos a interferência do brilho da Lua. E em 2025, a Lua vai estar a poucos dias da Lua Cheia e vai interferir bastante!!

Em resumo, todo o alarde que você vai ver na imprensa provavelmente tem origem na tradução de matérias publicadas por veículos do hemisfério norte e fazem pouco sentido pra quem está aqui no sul.

A Lua em Agosto

O desafio mensal de observar o X e o V lunares ganham um obstáculo a mais na Lua Crescente de primeiro de agosto: essas peculiares formações estarão visíveis no início da tarde, com o céu ainda claro.

Imagem da Lua em fase crescente, ocupando o centro da figura. Duas setas laranjas apontam para detalhes mais ampliados da superfície lunar.  A primeira ampliação mostra uma cratera com o formato da letra V; essa cratera está localizada mais ao centro da imagem. A segunda ampliação mostra uma cratera com o formato da letra X; essa cratera está localizada na imagem abaixo e a direita do centro. Na parte inferior da imagem há uma legenda com a seguinte descrição: "localizando o X e o V lunar"; e no canto superior direito está a logo do Projeto Céu Profundo.
Vista simulada da Lua crescente, exibindo o X e o V lunares, com dados do satélite LRO. Simulação: NASA-SVS. Infográfico: Projeto Céu Profundo.

Em agosto, o X e o V lunares estarão visíveis na tarde de 1/8. O melhor horário para visualização é entre as 13h e as 15h.

Destaques Telescópicos no Calendário

Em agosto conseguimos repetir o cardápio do calendário de julho, com alguns dos mais fascinantes objetos de céu profundo, mas temos algumas sugestões para seu banquete astronômico telescópico. O centro da Via Láctea continua visível durante toda a noite e é em torno dessa região que encontramos algumas de nossas sugestões: a Nebulosa da Lagoa (M8) e a nebulosa da Águia (M16).

Visível a olho nu na direção da constelação de Sagitário, a nebulosa M8 é um alvo fácil para binóculos e pequenos telescópios em regiões afastadas da poluição luminosa. Embora esteja cercada por outros objetos de aspecto nebuloso, M8 se destaca por seu brilho e você não terá dificuldade de localizá-la com binóculos.

Não muito distante de M8, a Nebulosa da Águia (M16) é famosa por uma das mais célebres imagens do telescópio Hubble: os Pilares da Criação. Os Pilares são apenas um recorte da região central da nebulosa, no pequeno campo coberto pelo Hubble. Numa visão mais aberta, em telescópios de maior campo, é possível ver toda a extensão da nebulosa, como na imagem acima.

Localize no mapa abaixo cada um dos objetos que indicamos.

Mapa da região em torno do centro da Via Láctea, indicando a posição de objetos brilhantes do céu profundo. Simulação gerada no Stellarium.

Mapa do Mês

Clique no mapa para expandir. O mapa traz uma projeção retangular do céu, com o equador celeste posicionado horizontalmente no centro do gráfico. Imagine o céu como um cilindro envolvendo a Terra. O mapa apresenta esse cilindro “desenrolado”.

Os planetas e o Sol estão representados como setas, indicando seu movimento ao longo do mês em relação às estrelas ao fundo.