Calendário Astronômico – Setembro 2024

Calendário Astronômico

Efemérides foram computadas usando as bibliotecas astropy e astroquery em Python e o software Occult v4.

Data e Hora   | Evento

2024/09/01 09h | Mercúrio 4.6°S da Lua
2024/09/01 12h | Urano estacionário
2024/09/02 01h | Régulo 2.7°S da Lua
2024/09/02 22h | LUA NOVA
2024/09/05 02h | Mercúrio maior elongação a Oeste (18°)
2024/09/05 06h | Vênus 1.0°N da Lua (Ocultação*)
2024/09/05 11h | Lua no apogeu
2024/09/06 14h | Spica 0.5°S da Lua (Ocultação*)
2024/09/08 01h | Saturno em oposição
2024/09/09 05h | Mercúrio 0.5°N de Régulo
2024/09/10 10h | Antares 0.1°N da Lua (Ocultação*)
2024/09/11 02h | QUARTO CRESCENTE
2024/09/12 01h | Lua no ponto mais ao Sul (-28.7°)
2024/09/14 04h | Plutão 1.6°N da Lua
2024/09/17 07h | Saturno 0.3°S da Lua (Ocultação*)
2024/09/17 23h | LUA CHEIA (Eclipse)
2024/09/18 04h | Netuno 0.6°S da Lua (Ocultação*)
2024/09/18 05h | Vênus 2.4°N de Spica
2024/09/18 11h | Lua no perigeu
2024/09/20 21h | Netuno em oposição
2024/09/22 02h | Urano 4.3°S da Lua
2024/09/22 09h | Equinócio
2024/09/23 19h | Júpiter 5.8°S da Lua
2024/09/24 14h | Lua no ponto mais ao Norte (28.7°)
2024/09/24 15h | QUARTO MINGUANTE
2024/09/25 09h | Marte 4.8°S da Lua
2024/09/26 07h | Pólux 1.6°N da Lua
2024/09/27 17h | Cometa C/2023 A3 no periélio
2024/09/29 07h | Régulo 2.7°S da Lua
2024/09/30 19h | Mercúrio em conjunção superior


(*) Ocultação não visível do Brasil.

Os planetas em Setembro/2024

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Dominando o Stellarium: o poder oculto dos scripts.

O planetário virtual Stellarium é uma poderosa e divertida ferramenta para a simulação do céu. E é possível torná-lo ainda mais poderoso e divertido através de scripts que automatizam sua execução.

Os scripts são arquivos de texto com roteiros que comandam a execução automática de funções e a alteração de configurações no Stellarium. São especialmente úteis em exibições públicas, palestras e sessões de planetário, dispensando a necessidade da interação com o operador durante a sessão e tornando muito mais suaves as transições e animações.

Quer conhecer mais esse recurso do Stellarium e criar apresentações para impressionar seu público? Então esse post é pra você.

“Hello World”

Nosso primeiro script é o clássico “Hello World”, escrevendo uma saudação na tela do aplicativo.

Usaremos o console acessível através da tecla de função F12 de seu teclado.

Console de execução de Scripts no Stellarium 0.22.2 [Wandeclayt M./@ceuprofundo]

Dentro da aba “Script” no console, vamos digitar o nosso código. O código é razoavelmente simples e você certamente vai entender os parâmetros envolvidos, mas se quiser conhecer com mais detalhes a classe LabelMgr, utilizada para escrever a mensagem na tela, consulte a documentação do Stellarium aqui.

As linhas iniciadas com “//” são comentários, e não são interpretadas como comandos.

// primeiro vamos limpar a tela, apagando rotulos que possam estar exibidos
LabelMgr.deleteAllLabels();

// criamos variaveis para cada parametro
var mensagem = "Hello World!";
var posicaoX = 200;
var posicaoY = 400;
var tamanhoFonte = 36;
var corFonte = "#FFFF00" //amarelo

// exibicao da mensagem
LabelMgr.labelScreen(mensagem, posicaoX, posicaoY, true, tamanhoFonte, corFonte);

O resultado desse script é a exibição da mensagem “Hello World” em caracteres amarelos, com tamanho 36, na posição (x=200, y=400) da tela.

Um jeito mais curto de escrever isso seria inserir os valores diretamente na função, sem o uso de variáveis. :

LabelMgr.deleteAllLabels();
LabelMgr.labelScreen("Hello World", 200, 400, true, 36, "#FFFF00");

Segundos Passos

Você agora já deu seus primeiros passos no maravilhoso mundo dos scripts do Stellarium e é hora de descobrir um pouco mais do que esse mundo pode oferecer.

No próximo exemplo vamos automatizar algumas funções básicas, alterando seus parâmetros para visualizar a passagem meridiana do Sol em diversas latitudes no dia do equinócio de setembro de 2024.

Queremos que as funções sejam executadas em sequência e que haja um intervalo entre a execução de algumas delas.

A sequência de comandos desejada é:

  1. Ajustar a data e hora para (“2024:09:22T12:00:00”, “local”)
  2. Interromper passagem do tempo;
  3. Habilitar visualização realista;
  4. Ajustar posição para São José dos Campos (-23.22, -45.90, 650m)
  5. Ajustar campo para 180º;
  6. Olhar para o zênite, de frente para o sul.;
  7. Exibir linha da eclíptica;
  8. Exibir equador celeste;
  9. Deslocar para a latitude de alcântara, mantendo a longitude;
  10. Deslocar para o trópico de câncer, mantendo a longitude;
// Author: Projeto Ceu Profundo
// Version: 0.0.1
// License: Public Domain
// Name: Primeira Luz - Tarefa 1 (Equinócio de Setembro)
// Description: Exibe o Sol ao meio dia local em três latitudes diferentes.

// Made on Stellarium 0.22.2

//1. Ajustar a data e hora para ("2024:09:22T12:00:00", "local")
core.setDate("2024:09:22T12:00:00", "local");
//2. Interromper passagem do tempo;
core.setTimeRate(0);
//3. Habilitar visualização realista;
core.clear("natural");
core.wait(5) // introduz um atraso de 5 segundos até a próxima função
//4. Ajustar posição para São José dos Campos (-23.22, -45.90, 650m)
core.setObserverLocation(-45.9, -23.22, 650., 3., "São José dos Campos", "Terra");
//5. Ajustar campo para 180º;
StelMovementMgr.zoomTo(180, 2);
//6. Olhar para o zênite, de frente para o sul.;
StelMovementMgr.lookZenith();
core.wait(2) // introduz um atraso de 2 segundos até a próxima função
//7. Exibir linha da eclíptica;
GridLinesMgr.setFlagEclipticLine(true);
core.wait(2) // introduz um atraso de 2 segundos até a próxima função
//8. Exibir equador celeste;
GridLinesMgr.setFlagEquatorLine(true);
core.wait(2) // introduz um atraso de 2 segundos até a próxima função
//9. Deslocar para a latitude de alcântara, mantendo a longitude;
core.setObserverLocation(-45.9, -2.5, 10., 3., "Alcântara", "Terra");
core.wait(5) // introduz um atraso de 5 segundos até a próxima função
//10. Deslocar para o trópico de câncer, mantendo a longitude;
core.setObserverLocation(-45.9, 23.22, 10., 3., "Trópico de Câncer", "Terra");

Próximos Passos

Agora você já deve ter percebido que o céu não é o limite (#BaDumTss) para a sua criatividade na hora de escrever scripts para o Stellarium.

Os seus scripts serão tão complexos e atraentes quanto o seu repertório permitir. Familiarização com as funções e capacidades do Stellarium é a condição fundamental para automatizar essas funções e capacidades através de scripts. A documentação em http://stellarium.org/doc/head/ é bem completa e é uma grande aliada para usuários mais avançados. Mas se você quer seguir adiante sem mergulhar no manual, listamos a seguir alguns comandos úteis em um guia de referência para seus primeiros scripts.


GUIA DE REFERÊNCIA

Core (Funções Básicas)

core.clear(“natural“) – Limpa as opções de exibição. Apaga linhas, marcadores e rótulos. Exibe atmosfera e paisagem.

core.setDate(“aaaa-mm-ddThh:mm:ss”, “local/utc”) – Ajusta a data/hora.
core.setDate(“now”) – Ajusta a data/hora para a data/hora atual do sistema.

core.wait(i) – Introduz uma pausa de i segundos.
core.setTimeRate(i) – Ajusta a velocidade da simulação (0=tempo interrompido, 1=velocidade natural, n = tempo acelerado n vezes.)
core.waitFor(“aaaa-mm-ddThh:mm:ss”, “local/utc”) – Espera até a data/hora indicada.

core.setObserverLocation(longitude, latitude, altitude, duração, nome, planeta)
core.setGuiVisible(true/false) – exibe(true)/oculta(false) a interface gráfica.
core.setFlagGravityLabels(true/false) – habilita/desabilita rótulos orientados com o horizonte.

core.selectConstellationByName(“constelação”) – Seleciona a constelação indicada. Use o nome da constelação em latim ou o código de três letras (ex: “Virgo” ou “Vir”).
core.selectObjectByName(“nome do objeto”) – Seleciona um objeto celeste. Use a designação do objeto em um catálogo de céu profundo (NGC, Messier…), uma designação estelar (Bayer, Flamsteed, HD… ), o nome de uma constelação – em latim ou usando a designação de 3 letras da IAU – ou o nome de um planeta (em inglês).

core.moveToAltAzi(atura, azimute, duração) – aponta para a atura e azimute indicados.
core.moveToObject(“nome do objeto”, duração) – aponta para um objeto celeste indicado. Use a designação do objeto em um catálogo de céu profundo (NGC, Messier…), uma designação estelar (Bayer, Flamsteed, HD… ), o nome de uma constelação – em latim ou usando a designação de 3 letras da IAU – ou o nome de um planeta (em inglês).
core.moveToSelectedObject(duração) – Aponta para um objeto selecionado.

http://stellarium.org/doc/head/classStelMainScriptAPI.html

LandscapeMgr (Atributos de Cenário)

LandscapeMgr.setFlagCardinalPoints(false) – exibe(true)/oculta(false) os pontos cardais.
LandscapeMgr.setFlagAtmosphere(true/false) – exibe(true)/oculta(false) atmosfera.

GridLinesMgr (Atributos de Linhas)

GridLinesMgr.setFlagEquatorGrid(true/false) – exibe(true)/oculta(false) a grade equatorial.
GridLinesMgr.setFlagEquatorLine(
true/false) – exibe(true)/oculta(false) o equador celeste.
GridLinesMgr.setFlagAzimuthalGrid(
true/false) – exibe(true)/oculta(false) a grade azimutal.
GridLinesMgr.setFlagEclipticLine(true/false) – exibe(true)/oculta(false) a linha da eclíptica.
GridLinesMgr.setFlagMeridianLine(true/false) – exibe(true)/oculta(false) a linha do meridiano local.
GridLinesMgr.setFlagCircumpolarCircles(
true/false) – exibe(true)/oculta(false) círculos circumpolares.
GridLinesMgr.setFlagCelestialPoles(true/false) – exibe(true)/oculta(false) os polos celestes.

http://stellarium.org/doc/head/classGridLinesMgr.html

ConstellationMgr (Atributos de constelações)

ConstellationMgr.setFlagArt(true/false) – exibe(true)/oculta(false) arte das constelações.
ConstellationMgr.setFlagBoundaries(true/false) – exibe(true)/oculta(false) bordas das constelações.
ConstellationMgr.setFlagLines(true/false) – exibe(true)/oculta(false) linhas das constelações.
ConstellationMgr.setFlagLabels(true/false) – exibe(true)/oculta(false) rótulos das onstelações.

StelMovementMgr ()

StelMovementMgr.lookZenith() – aponta para o zênite, com o Sul na parte de baixo da tela.
StelMovementMgr.deselection() – desfaz a seleção de objeto.
StelMovementMgr.zoomTo(campo em graus, duração) – ajusta o zoom para o campo indicado.

http://stellarium.org/doc/head/classStelMovementMgr.html

Calendário Astronômico – O Céu de Agosto/2024

Calendário Astronômico

Efemérides foram computadas usando as bibliotecas astropy e astroquery em Python e o software Occult v4.

    Data e Hora   | Evento

    2024-08-01 02 | Lua mais ao norte (28.5°)
    2024-08-02 19 | Pollux 1.8°N da Lua
    2024-08-04 04 | Mercúrio estacionário
    2024-08-04 08 | LUA NOVA
    2024-08-04 14 | Marte 4.9°N de Aldebarã
    2024-08-05 02 | Vênus 1.0°N de Regulus
    2024-08-05 18 | Regulus 2.7°S da Lua
    2024-08-05 20 | Vênus 1.6°S da Lua
    2024-08-07 23 | Mercúrio 5.8°S de Vênus
    2024-08-08 21 | Lua no apogeu
    2024-08-10 07 | Spica 0.6°S da Lua Ocultação(*)
    2024-08-11/12 | Pico da chuva de meteoros Perseídeos (ZHR > 50)
    2024-08-12 12 | QUARTO CRESCENTE
    2024-08-14 02 | Antares 0.0°N da Lua Ocultação(*)
    2024-08-14 12 | Marte 0.3°N de Júpiter
    2024-08-14 12 | Mercúrio 5.2°S de Regulus
    2024-08-15 16 | Lua mais ao sul (-28.5°)
    2024-08-17 19 | Plutão 1.5°N da Lua
    2024-08-18 22 | Mercúrio em conjunção inferior
    2024-08-19 15 | LUA CHEIA
    2024-08-20 23 | Saturno 0.4°S da Lua Ocultação(**)
    2024-08-21 02 | Lua no perigeu
    2024-08-21 18 | Netuno 0.6°S da Lua Ocultação(*)
    2024-08-25 19 | Urano 4.3°S da Lua
    2024-08-26 06 | QUARTO MINGUANTE
    2024-08-27 08 | Júpiter 5.6°S da Lua
    2024-08-27 20 | Marte 5.3°S da Lua
    2024-08-27 21 | Mercúrio estacionário
    2024-08-28 07 | Lua mais ao norte (28.6°)
    2024-08-30 01 | Pollux 1.7°N da Lua

(*) Evento não visível do Brasil.
(**) Evento visível de parte do Brasil. Ver mapa.

Os planetas em Agosto/2024

Mercúrio inicia agosto visível no horizonte oeste logo após o pôr do Sol, mas a partir do dia 4 (Mercúrio estacionário) volta a se aproximar do Sol e atinge a conjunção inferior (quando o planeta encontra-se à frente do Sol, para um observador na Terra) no dia 19.


A combinação dos movimentos orbitais de Mercúrio e da Terra faz com que o pequeno planeta aparente estar se movendo no sentido oposto ao seu movimento real durante a maior parte do mês de agosto.

Este movimento retrógrado é apenas um efeito de perspectiva: o movimento orbital real de Mercúrio corresponde à linha azul no gráfico à esquerda na imagem abaixo. A linha verde corresponde ao movimento da Terra.

Marte e Júpiter

Marte e Júpiter protagonizam um belo encontro no dia 14/08, com os dois planetas se aproximando o suficiente para aparecerem juntos na ocular do telescópio. Abaixo, na imagem simulada do software Stellarium vemos o campo de uma ocular de 26mm num telescópio Schmidt-Cassegrain de 203 mm de diâmetro com relação focal f/10.

Conjunção Marte-Júpiter em 14 de agosto. Simulação da visão através de telescópio Schmidt-Cassegrain de 203 mm de diâmetro f/10, com ocular de 26 mm (com campo aparente de 52º). [Céu Profundo/Stellarium]

Saturno

Saturno volta timidamente ao céu da primeira metade da noite e é o palco dois grandes eventos: primeiro uma desafiadora observação na madrugada do dia 01/08: o trânsito do satélite Titã em frente ao disco do planeta. (os diagramas gerados pelo software Occult 4 estão no final deste post.

O segundo evento relevante para Saturno em agosto é uma ocultação do planeta pela Lua, na noite de 20 para 21 de agosto. Na América do Sul, a ocultação é visível na região em cinza no mapa abaixo, o que inclui a região Norte e partes das regiões Nordeste e Centro-Oeste.

Perseídeos

A chuva de meteoros mais popular do hemisfério norte, formada por restos do cometa 109P/Swift-Tuttle, inevitavelmente invadirá os sites de notícias com títulos chamativos. Mas é bom controlar as expectativas: para observadores no hemisfério sul esta não é uma chuva muito promissora.

O radiante ( o ponto do céu de onde a trajetória dos meteoros parece irradiar) ao norte da constelação de Perseu fica muito baixo no horizonte norte para observadores no hemisfério austral. Feita essa advertência, passar a noite sob um céu estrelado caçando meteoros é sempre uma boa experiência.

Não espere ver o mesmo número de meteoros que um observador na Europa ou na América do Norte, mas encontre um local afastado da poluição luminosa e recline-se em uma cadeira de praia o outra superfície que permita ter uma ampla visão do céu. O pico da atividade da chuva ocorre na madrugada de 11 para 12 de agosto.

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Trânsito de Titã sobre o disco de Saturno. Entrada 2024-08-01 2h (GMT-3).
Trânsito de Titã sobre o disco de Saturno. Saída 2024-08-01 5h (GMT-3).

Calendário Astronômico – O Céu de Abril/2024

Um mês repleto de encontros planetários visíveis de todo o Brasil, com um eclipse solar visível apenas no Hemisfério Norte e com o promissor cometa 12P/Pons-Brooks chegando ao periélio. Prepare a agenda para não perder nenhum dos espetáculos em cartaz no céu durante o mês de abril!

Calendário Astronômico

As efemérides foram computadas usando as bibliotecas astropy e astroquery em scripts Python e o software Occult v4.

    Data               Evento

    2024-04-01 05h - Lua no ponto mais ao sul (-28.6°)
    2024-04-01 19h - Mercúrio estacionário
    2024-04-02 00h - QUARTO MINGUANTE
    2024-04-03 09h - Plutão 2.1°N da Lua
    2024-04-03 10h - Vênus 0.3°S de Netuno
    2024-04-06 03h - Marte 1.7°N da Lua
    2024-04-06 07h - Saturno 1.0°N da Lua
    2024-04-07 05h - Netuno 0.3°N da Lua
    2024-04-07 13h - Vênus 0.4°S da Lua
    2024-04-07 14h - Lua no perigeu
    2024-04-08 15h - LUA NOVA
    2024-04-08     - Eclipse Solar - Não visível do Brasil.
    2024-04-08 23h - Mercúrio 1.9°N da Lua
    2024-04-10 16h - Júpiter 3.7°S da Lua
    2024-04-10 17h - Marte 0.4°N de Saturno
    2024-04-10 19h - Urano 3.4°S da Lua
    2024-04-11 19h - Mercúrio em conjunção inferior.
    2024-04-13 19h - Lua no ponto mais ao norte (28.6°)
    2024-04-15 11h - Pollux 1.5°N da Lua
    2024-04-15 16h - QUARTO CRESCENTE
    2024-04-18 11h - Regulus 3.3°S da Lua
    2024-04-19 07h - Mercúrio 1.7°N de Vênus
    2024-04-19 23h - Lua no apogeu
    2024-04-20 23h - Júpiter 0.5°S de Urano
    2024-04-21 00h - Cometa 12P/Pons-Brooks no periélio.
    2024-04-23 00h - Spica 1.3°S da Lua
    2024-04-23 20h - LUA CHEIA
    2024-04-24 05h - Mercúrio estacionário
    2024-04-26 17h - Antares 0.3°S da Lua
    2024-04-28 11h - Lua no ponto mais ao sul (-28.5°)
    2024-04-29 01h - Marte 0.1°N de Netuno
    2024-04-30 15h - Plutão 2.0°N da Lua


ABRIL NA HISTÓRIA

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7 - Missões Espaciais: Mars Odyssey foi lançada em 7 de abril de 2001.

10 - Descobertas/Eventos: Em 2019, a primeira imagem de um buraco negro foi publicada pelo Event Horizon Telescope.

10 - Missões Espaciais: BepiColombo realizou um sobrevoo da Terra em 10 de abril de 2020 aproveitando a gravidade terrestre para ganhar energia em sua jornada até Mercúrio, com entrada em órbita programada para 2025.

11 - Missões Espaciais: Apollo 13 foi lançada em 11 de abril de 1970.

12 - Astrônomos e Físicos: Charles Messier morre em Paris, em 12 de abril de 1730, aos 86 anos. Seu catálogo de objetos nebulosos é uma referência para astrônomos amadores.

12 - Missões Espaciais: STS-1 Columbia, o primeiro voo do Programa de Ônibus Espaciais da NASA, lançado em 12 de abril de 1981.
 
12 - Missões Espaciais: Yuri Gagarin - Vostok 1, em 12 de abril de 1961, tornou Yuri Gagarin o primeiro ser humano a viajar para o espaço.

14 - Astrônomos e Físicos: Christiaan Huygens nasceu em 14 de abril de 1629.

17 - Descobertas/Eventos: Em 2014, astrônomos anunciaram a descoberta do exoplaneta Kepler-186f. Primeiro planeta de dimensões comparadas à Terra encontrado na zona habitável de uma estrela.

23 - Astrônomos e Físicos: Max Planck nasceu em 23 de abril de 1858.

24 - Missões Espaciais: Telescópio Espacial Hubble foi lançado em 24 de abril de 1990.

25 - Astrônomos e Físicos: Guglielmo Marconi nasceu em 25 de abril de 1874.
Apesar do padre brasileiro Landell de Moura ter realizado com sucesso experimentos com telecomunicações via ondas de rádio nos primeiro anos da década de 1890, Marconi é considerado mundialmente como o pioneiro na radiotelegrafia desenvolvendo equipamentos que dariam origem a comunicação por rádio moderna.

O Cometa Pons-Brooks sobe ao palco!!

Órbita do cometa 12P/Pons-Brooks (em branco). Visualização gerada no visualizador de órbitas do sistema JPL-Horizons.

A órbita da Terra e a dos demais planetas está contida aproximadamente no mesmo plano, a eclíptica. Assim, é sempre nas proximidades dessa faixa do céu definida pela órbita terrestre que encontraremos todos os planetas e muitos dos outros objetos do Sistema Solar. É comum no entanto encontrarmos cometas com órbitas muito inclinadas em relação ao plano da eclíptica. É o caso do cometa 12P/Pons-Brooks que tem sua órbita com inclinação de 74º em relação ao plano da órbita terrestre e quase que inteiramente ao norte da eclíptica. As consequências dessa geometria e do fato de vivermos em um planeta esférico é que nos meses que antecedem o periélio, a máxima aproximação com o Sol, do 12P/Pons-Brooks, a observação é bem desfavorável para observadores no hemisfério sul.

A notícia boa é que ao atingir o periélio o 12P já estará numa posição menos desfavorável para observação abaixo do equador. Após o periélio o cometa segue em direção ao hemisfério sul celeste, permitindo que sejamos os últimos a observá-lo enquanto se afasta do Sol.

E vamos poder vê-lo a olho nu?

Certamente vai ser possível vê-lo com binóculos. A projeção de magnitude 4 ao redor do periélio coloca seu brilho bem dentro dos limites do que podemos observar a olho nu, mas cometas são objetos de brilho difuso e o 12P aparecerá próximo ao horizonte logo após o pôr do Sol nas semanas que antecedem e sucedem o periélio. O céu ainda não completamente escuro e a pequena elevação do cometa sobre o horizonte adicionam uma dificuldade extra à observação. É possível sim vê-lo a olho nu, mas busque locais com horizonte desobstruído e acompanhe nossas redes sociais para dicas de observação assim que o cometa estiver mais evidentes em nossas latitudes.

Os dados disponibilizados pelos membros da rede de observação de cometas COBS mostra a evolução do brilho do cometa 12P/Pons-Brooks e projeta magnitude 4 no período próximo ao periélio. [ fonte: https://cobs.si/home/]

Os Planetas.

Aproveite para observar o Júpiter ao anoitecer. Abril é o mês da despedida do Gigante Gasoso do céu noturno. E pelos próximos meses teremos os planetas mais brilhantes visíveis apenas durante a madrugada. Então prepare-se para cair cedo da cama se quiser acompanhar as sempre belas conjunções entre a Lua e os planetas.

Céu de São José dos Campos, às 19h do dia 7 de abril de 2024. O Norte está no topo e o Leste à esquerda. [diagrama: @ceuprofundo, gerado no Stellarium]

No diagrama abaixo vemos a evolução dos planetas e do cometa Pons-Brooks no céu durante o mês de abril. Clique na imagem para ampliar.

Conjunções

Ao amanhecer do dia 6 de abril, a Lua com 8% de sua face visível iluminada vai compor um belo quadro ao lado de Saturno e Marte. Mais baixo no horizonte, Vênus completa a composição. É uma bela oportunidade para emoldurar três planetas e a Lua incluindo a paisagem.

Ao amanhecer do dia 6 de abril, a Lua, com 8% de sua face visível iluminada ao lado de Saturno. [imagem: gráfico gerado no Stellarium. Wandeclayt M.]

Na madrugada de 10 de abril uma oportunidade rara de ver dois planetas através da ócular do telescópio. Se você é capaz de ver a lua inteira na ocular, poderá ver simultaneamente Marte e Saturno no mesmo campo. Na imagem abaixo simulamos no Stellarium a visão com um telescópio de 200 mm de abertura, f/6 com ocular de 26mm.

Marte e Saturno pela ocular do telescópio. Simulação no software Stellarium [ Wandeclayt M./Céu Profundo]

No dia 29 de abril o encontro é entre Marte e Netuno, com os planetas ainda mais próximos no campo da ocular. É uma boa oportunidade de identificar Netuno no céu.

Marte e Netuno no campo da ocular, em 29 de abril. Simulação no software Stellarium. [Wandeclayt M./Céu Profundo]

Júpiter e Urano também se cruzam no dia 20 de abril, mas com os planetas muito próximos do horizonte ao pôr do Sol.

Satélites de Júpiter

Configuração dos satélites galileanos de Júpiter durante o mês de abril. O diâmetro de Júpiter é representado pela faixa central. As curvas representam a posição aparente dos satélites em relação ao disco do planeta. Gráfico gerado em https://pds-rings.seti.org/tools/tracker3_jup.shtml

Calendário Astronômico – O Céu de Março 2024

Saturno se despede do Céu Noturno!

Na dança dos planetas, Júpiter reina soberano e solitário nas noites de março enquanto Saturno, após a conjunção em 28 de fevereiro, se junta a Vênus e Marte nas madrugadas.

Março também é o mês do equinócio vernal, marcando o início do outono no hemisfério sul e da primavera no hemisfério norte. O outono inicia às 00:06 (Horário de Brasília) do dia 20 de março. Nos equinócios, a noite e o dia claro tem a mesma duração e ambos os hemisférios estão igualmente iluminados. Os equinócios de outono e da primavera, são também os únicos dias do ano em que o Sol nasce e se põe exatamente nos pontos cardeais leste e oeste, respectivamente. E um experimento interessante a ser feito é marcar exatamente os pontos do nascente e do poente nesses dias, para comparar com o nascente e o poente nos dias seguintes até os limites dos solstícios de inverno e de verão, quando o Sol atinge posições extremas ao norte e ao sul.

Ao anoitecer, a constelação de Órion está alta no céu, tornando a Grande Nebulosa de Órion (M42) um alvo ideal para pequenos telescópios, mesmo em regiões com alguma poluição luminosa. Os aglomerados estelares Plêiades e Híades, em Touro seguem também visíveis até o fim do mês, nas primeiras horas da noite.

Céu de São José dos Campos, às 20h do dia 15 de março de 2024. O Norte está no topo e o Leste à esquerda. [diagrama: @ceuprofundo, gerado no Stellarium]

A constelação do Escorpião, que nasce por volta da meia-noite no início de março, é o palco de uma bela ocultação, visível de grande parte do Brasil na madrugada do domingo 03:
A Lua ocultará Antares, o coração do Escorpião, em um evento que privilegiará observadores em cidades nas regiões Norte e Centro-Oeste. Veja detalhes mais abaixo.

As efemérides foram computadas usando as bibliotecas astropy e astroquery em scripts Python e o software Occult v4. Boas observações!

Data                     Evento

2024-03-03 5h       - Antares 0.4° S da Lua (ocultação visível do Brasil)
2024-03-03 12h      - Lua minguante
2024-03-04 22h      - Lua mais ao sul (-28.5°)
2024-03-06 23h      - Plutão 2.1° N da Lua
2024-03-08 3h       - Marte 3.2° N da Lua
2024-03-08 12h      - Mercúrio 0.4° N de Netuno
2024-03-08 15h      - Vênus 3.0° N da Lua
2024-03-09 15h      - Saturno 1.3° N da Lua
2024-03-10 4h       - Lua no Perigeu (356893.64 km)
2024-03-10 5h       - Lua nova
2024-03-10 16h      - Netuno 0.4° N da Lua
2024-03-11 00h      - Mercúrio 0.9° N da Lua
2024-03-13 20h      - Júpiter 3.3° S da Lua
2024-03-14 7h       - Urano 3.2° S da Lua
2024-03-17 1h       - Lua crescente
2024-03-17 9h       - Netuno em conjunção.
2024-03-17 11h      - Lua mais ao norte (28.5°)
2024-03-19 3h       - Pollux 1.5° N da Lua
2024-03-20 00h      - Equinócio de Outono (Hemisfério Sul)
2024-03-21 20h      - Vênus 0.3° N de Saturno 
2024-03-22 5h       - Regulus 3.3° S da Lua
2024-03-23 12h      - Lua no Apogeu (406306.97 km)
2024-03-24 17h      - Mercúrio em máxima elongação leste(19°)
2024-03-25 3h       - Lua cheia (Eclipse)
2024-03-26 18h      - Spica 1.3° S da Lua
2024-03-30 12h      - Antares 0.3° S da


MARÇO NA HISTÓRIA

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MARÇO
07 - (1792) Nascimento de John Herschel, astrônomo que originou o uso do sistema juliano na astronomia. Ele nomeou sete luas de Saturno e quatro luas de Urano. 
09 - (1934) Nascimento de Yuri Gagarin (URSS), primeiro humano a viajar ao espaço.
11 - (1811) Nascimento de Urbain Le Verrier, astrônomo responsável pela previsão da localização de um oitavo planeta solar, agora chamado Netuno.
13 - (1781) Descoberta de Urano pelo astrônomo William Herschel. 
13 - (1855) Nascimento de Percival Lowell, iniciou as pesquisas que levaram à descoberta do planeta Plutão. 
16 - (1750) Nascimento de Caroline Herschel, astrônoma, primeira mulher a receber pagamentos para realizar pesquisas astronômicas.
18 - (1965) Alexei Leonov (URSS) se torna o primeiro ser humano a realizar um caminhada espacial (Atividade Extraveicular)
19 - (2023) Lançamento do foguete HANBIT-TLV da empresa coreana INNOSPACE a partir do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA).
27 - (1969) Lançamento da sonda Mariner 7, para Marte.

2024-03-03 Ocultação de Antares pela Lua

Ocultação de Antares pela Lua na madrugada de 2024-03-03 [mapa: Carolina da Silveira, gerado no Occult4]

O mapa acima mostra a região de visibilidade da ocultação da estrela Antares (alfa do Escorpião) na madrugada do dia 3 de março. Na região compreendida entre as linhas brancas, o evento acontece com céu escuro. Entre as linhas azuis, evento acontece no crepúsculo matutino e amanhecer. Entre as linhas vermelhas tracejadas o evento acontece com céu claro. Nas regiões vizinha a área de visibilidade da ocultação, a conjunção entre Lua e Antares também é um espetáculo digno de ser observado! Então, de qualquer lugar do Brasil, não perca a oportunidade de registrar este evento antes do nascer do Sol.

Satélites de Júpiter

Configuração dos satélites galileanos de Júpiter durante o mês de março. O diâmetro de Júpiter é representado pela faixa central. As curvas representam a posição aparente dos satélites em relação ao disco do planeta.

Calendário Astronômico – O Céu de Janeiro/2024

O céu de Janeiro traz um grande elenco para ornar suas observações de verão: os planetas Júpiter e Saturno garantem o espetáculo a olho nu e com pequenos telescópios, mas joias de muito além do Sistema Solar também marcam presença no céu de verão do hemisfério sul. Do catálogo Messier, um verdadeiro festival de belos aglomerados abertos, como M44 (Aglomerado do Presépio), M46, M47 e M50 são brilhantes o suficiente para serem observados com pequenos telescópios mesmo de dentro das cidades. M42 (A Grande Nebulosa de Órion) é um alvo sempre obrigatório para instrumentos de todos os calibres. Busque estes objetos com a ajuda do Stellarium ou com o software de planetário de sua preferência.

E fique de olho nos eventos do mês, com direito a ocultação de Netuno pela Lua em uma pequena faixa do Brasil! As efemérides foram computadas usando as bibliotecas astropy e astroquery em scripts Python e o software Occult v4. Boas observações!

Data                     Evento

2024-01-01 12h      - Lua no Apogeu (404873.1 km)
2024-01-02 03h      - Mercúrio estacionário
2024-01-02/03       - Pico de atividade dos Quadrantídeos (QUA)(ZHR=110)
2024-01-02 22h      - Terra no Periélio (147100625.9 km)
2024-01-04 01h      - Lua Minguante
2024-01-11 09h      - Lua Nova
2024-01-12 18h      - Mercúrio em máxima elongação oeste (23°) 
2024-01-13 10:28    - Lua no Perigeu (362283.2 km)
2024-01-18 01h      - Lua Crescente
2024-01-20 10h      - Plutão em conjunção
2024-01-25 15h      - Lua Cheia
2024-01-27 10h      - Urano estacionário
2024-01-29 05h      - Lua no Apogeu (405751.1 km)


CONJUNÇÕES ENTRE A LUA E OS PLANETAS E ESTRELAS BRILHANTES
(Distância entre os planetas e a Lua no referencial geocêntrico, computado a intervalos de 1h)

2024-01-04 22h      - Lua a 1.8° de Spica (alfa Vir)
2024-01-08 15h      - Lua a 5.6° de Vênus
2024-01-08 12h      - Lua a 0.8° de Antares
2024-01-09 15h      - Lua a 6.6° de Mercúrio
2024-01-10 06h      - Lua a 4.2° de Marte
2024-01-11 23h      - Lua a 2.1° de Plutão
2024-01-14 08h      - Lua a 1.9° de Saturno
2024-01-15 18h      - Lua a 0.8° de Netuno (Ocultação visível em partes do Brasil)
2024-01-18 16h      - Lua a 2.5° de Júpiter
2024-01-19 15h      - Lua a 2.8° de Urano
2024-01-24 16h      - Lua a 1.7° de Pollux
2024-01-27 10h      - Mercúrio a 0.3° de Marte 
2024-01-27 16h      - Lua a 3.3° de Regulus (alfa Leo)


JANEIRO NA HISTÓRIA

1959-01-02          - Luna 1 (USSR) - Primeira espaçonave
                          (não tripulada) a sair da órita
                          da Terra e voar pela Lua.
1643-01-04          - Nascimento de Isaac Newton.
1930-01-20          - Nascimento de Edwin E. 'Buzz' Aldrin Jr.,
                          segundo homem a pisar na Lua.
1986-01-28          - Acidente com o ônibus espacial Challenger,
                          explodindo 73 segundos após o lançamento.
1611-01-28          - Nascimento de Johannes Hevelius, astrônomo polonês,
                          autor do primeiro atlas da Lua.

Ocultação de Netuno pela Lua

No dia 15 de janeiro, uma ocultação visível em partes do Brasil será um excelente alvo para pequenos telescópios. Com magnitude 7.9 e com uma tonalidade verde azulada distinta, Netuno poderá ser facilmente identificado a leste da Lua, mesmo em telescópios mais modestos. A ocultação e o reaparecimento são visíveis em toda a área em cinza mais escuro no mapa abaixo. Na porção mais a leste, com contorno sólido, o evento ocorre durante a noite. Na área com limite pontilhado o céu ainda estará claro.

Na área cinzenta, a ocultação do planeta Netuno pela Lua será visível no dia 15 de janeiro. Mapa de visibilidade computado por Carolina da Silveira no programa Occult v4. Edição Wandeclayt M./@ceuprofundo.

Satélites de Júpiter

Configuração dos satélites galileanos de Júpiter durante o mês de janeiro. O diâmetro de Júpiter é representado pela faixa central. As curvas representam a posição aparente dos satélites em relação ao disco do planeta.

Anéis de Saturno

Aspecto dos anéis de Saturno em 2024-01-15.

Flagramos uma erupção solar! E seu tamanho é assustador!

Violência não é a resposta. Violência é a pergunta! E quando estamos falando de erupções solares a resposta é sim!

Erupções, flares e ejeções coronais de massa são violentos eventos produzidos por nosso Sol e que disparam um canhão de partículas eletricamente carregadas que se espalham pelo meio interplanetário e chegam a atingir a Terra, interagindo com nossa magnetosfera e produzindo efeitos como as belas auroras ou como inconvenientes interferências na ionosfera terrestre que afetam a propagação de sinais eletromagnéticos de comunicação e navegação.

Erupção registrado no limbo solar pelo satélite SDO da NASA.

Para falar com propriedade sobre as erupções e outros fenômenos solares, chamamos um reforço à altura da grandiosidade do evento: Dra. Claudia Medeiros, do canal Mais Que Raios, que complementa:

“Erupções solares costumam estar associadas também com as ejeções de massa coronal. Nessas espetaculares emissões, material solar relativamente mais frio que o entorno é liberado para o espaço com uma velocidade alta e pode se propagar em direção a Terra. Felizmente, apesar de imensa, essa estrutura se dissipa ao longo do caminho mas não sem antes deixar sua energia e campo magnético atuarem no espaço próximo e nesse caso, incluindo a Terra.”

Mas apesar destes eventos se tornarem mais frequentes à medida que o Sol se aproxima do máximo de atividade em um ciclo que se repete a cada 11 anos, flagrar ao telescópio uma grande erupção não é algo muito comum.

Mas eis que no dia 24 de dezembro ganhamos um presente inesperado de Natal! O presente chegou através de um telescópio especial para observação solar, equipado com um filtro que deixa passar apenas uma pequena fração de luz vermelha emitida por átomos de hidrogênio. Essa emissão, que chamamos de H-alfa, nos permite visualizar filamentos e protuberâncias ao observar o Sol. E na imagem acima, feita apressadamente pra não perder o registro do evento, flagramos uma gigantesca erupção no limbo solar!

A imagem foi feita com uma câmera DSLR (que não é o equipamento mais adequado para esse registro mas era o que permitiria uma captura mais rápida) e é uma combinação de poucos frames, com ajustes ligeiramente diferentes para capturar o máximo possível da estrutura. Infelizmente, quando montamos um arranjo com equipamento mais adequado, a estrutura já havia se desfeito, mas além do registro rápido com a DSLR, ficaram as lembranças de uma imagem muito mais rica visível diretamente na ocular do telescópio.

Mas queríamos ver em detalhes e ter uma ideia mais precisa das dimensões dessa colossal erupção! E para isso podemos sempre contar com o Solar Dynamics Observatory (SDO)! Um observatório solar orbital, equipado com câmeras que registram o Sol continuamente em imagens no ultravioleta. Sabendo o horário e data do evento, é possível pesquisar na base de dados pública do SDO e acessar imagens em diferentes comprimentos de onda para visualizar com excelente resolução erupções, flares e ejeções de massa!

O gigantismo da erupção salta aos olhos quando vemos o tamanho da Terra representado nas imagens para comparação. A imponente estrutura se ergue por mais de 250 mil km antes de se romper.

A dra. Claudia complementa:

“Apesar de ter acontecido no limbo, o que nos dá a possibilidade de, por contraste, medir suas dimensões que, conforme medido pelo Céu Profundo, atingiu mais de 250 mil Km, não foi possível observar a região ativa que deu origem a sua existência. Passados alguns dias pudemos observar a chance de ela estar associada a uma região ativa enumerada pela NOAA AR3534. Essa região está caminhando para o centro do disco solar e pode ser ainda protagonista de novas erupções solares, flares e até mesmo CME.

E tudo isso porque regiões ativas são coleções de manchas solares no Sol. Essas manchas solares possuem um campo magnético distorcido pela rotação do Sol e acabam por afetar o transporte de calor da zona convectiva, deixando ela mais fria que o entorno. Quando essas linhas de campo magnético se esticam, podem promover uma reconexão magnética liberando energia na forma de radiação, partículas e carregando propriedades do plasma solar para o meio interplanetário. Felizmente podemos observar esse fenômeno acontecendo pois eles emitem luz em diversos comprimentos de ondas, basta ter o equipamento certo ou aproveitar as ferramentas disponíveis na internet com os dados medidos das sondas espaciais.”

E a melhor parte é que essas imagens e dados estão disponíveis para pesquisadores profissionais e cientistas cidadãos e se você quer também ficar de olho na atividade do Sol, as imagens do Solar Dynamics Observatory podem ser encontradas no portal https://sdo.gsfc.nasa.gov/. Acesse, pesquise e se divirta e não esqueça de compartilhar conosco seus flagras dos violentos, mas sempre belos, eventos registrados nas imagens do SDO.

I Campanha LCO 2023 – Primeiros Passos.

Estamos entrando na primeira campanha de observação com telescópios robóticos da rede LCO em 2023, e se você está participando pela primeira vez, certamente não faltam dúvidas.
A boa notícia é que estamos aqui para saná-las e garantir que todo mundo possa aprender (e se divertir muito) fazendo imagens de objetos de céu profundo com instrumentos de alto desempenho localizados em alguns dos melhores sítios para observação astronômica do mundo!

Vou precisar instalar algum aplicativo?

Janela do aplicativo DS9, com dados de imagem da galáxia M101
Janela do DS9 com imagem da galáxia M101 capturada com telescópios do LCO.

Sim. Para visualizar e processar nossas imagens, usaremos o software SAO Image DS9, um programa gratuito e de código aberto usado extensivamente na astronomia profissional e que permite não apenas visualizar os dados, mas também realizar uma série de tarefas científicas em nossas imagens. Comece procurando a versão adequada para seu sistema operacional no site https://ds9.si.edu e instale, tomando o cuidado de não realizar a instalação em nenhum caminho que inclua pastas com espaços ou caracteres especiais ou acentuados em seu nome!

Devo instalar mais alguma coisa?

Janela do Stellarium com dados do aglomerado aberto M6.

É interessante ter o planetário virtual Stellarium funcionando também. Ele também é disponibilizado para todos os sistemas operacionais mais populares e também é gratuito e de código aberto. Baixe em https://stellarium.org

No Stellarium você vai poder visualizar os objetos visíveis no período da campanha e pode inclusive ter ideia das dimensões e brilho desses objetos! É uma boa ferramenta para o planejamento.

E agora, o que tenho que fazer?

Você receberá alguns emails da organização do projeto e da coordenação internacional do IASC com instruções para criar sua conta de acesso e depois terá 1h de tempo de observação alocado a essa conta.

Quando você tiver seus dados de login, pode acessar o portal do IASC/LCO

Portal IASC/LCO

Você encontrará vários links úteis e tutoriais no site, mas aqui no ceuprofundo.com e nas lives de treinamento nos canais do Céu Profundo e do Observatório Nacional no Youtube vamos detalhar todos os passos e tirar todas as dúvidas. Você também receberá o link para entrar num grupo do whatsapp em seu email cadastrado.

E por onde começo a entender o que são objetos de céu profundo?

O vídeo abaixo é uma introdução aos objetos de céu profundo. É um excelente primeiro passo:

Agora me empolguei! Que mais devo assistir?

Primeiro leia esse post mais detalhado aqui no site mesmo (Olha lá em cima no menu! temos uma aba LCO):
https://ceuprofundo.com/2022/08/16/lco-guia-do-participante/

E depois vem nessa playlist pensada exatamente para participantes do projeto LCO:


Leia também

Descobrindo as Leis de Kepler.

Versão beta do notebook Jupyter disponível no Google Colab.

https://colab.research.google.com/drive/1pltfcL5r1VXdzifKS95PwW4n2vGK6t45?usp=sharing

https://colab.research.google.com/drive/1K-Glo8x2r3jA3F0FJR70pbEELL1RyPT9?usp=sharing

O Céu de Janeiro/2023

O ano de 2023 se inicia com todos os planetas acima do horizonte no início da noite.

Mercúrio, a caminho da conjunção inferior (quando o planeta encontra-se entre a Terra e o Sol) no dia 07/01, só poderá ser visto pelos observadores mais afortunados que tenham o horizonte oeste desobstruído e livre de nuvens nos primeiros dias de janeiro. Na última semana de janeiro, o planeta mais interno de nosso Sistema Solar volta a ser visível antes do amanhecer, atingindo a máxima elongação a oeste no dia 30/01.

Você não vai notar, mas no dia 4 de janeiro a Terra atinge o periélio, a ponto de sua órbita mais próximo do Sol, a uma distância de pouco menos de 147,1 milhões de km. Isso é imperceptível para nós, já que a variação entro o periélio e o afélio (o ponto da órbita mais distante do Sol) é muito pequena. A órbita terrestre é de baixa excentricidade, quase circular. É bom lembrar que as estações do ano são causadas pela inclinação do eixo de rotação da Terra e não tem nenhuma relação com essa variação de distância (basta lembrar que enquanto é verão em um hemisfério é inverno no outro e vice-versa).

Vênus seguirá visível ao entardecer por todo o primeiro semestre, atingindo a elongação máxima a leste somente em junho.

Uma bela, mas desafiadora, conjunção ocorrerá no fim da tarde do dia 22/01: Vênus e Saturno se encontrarão com menos de meio grau de separação, o suficiente para serem vistos juntos na ocular do telescópio. O desafio está na posição dos planetas, muito baixos sobre o horizonte oeste ao pôr do Sol.

Com menos de meio grau separando Vênus e Saturno no dia 22/01, será possível observar os dois astros simultaneamente na ocular do telescópio.

A conjunção entre Vênus e Saturno no dia 22/01 acontece com o céu ainda claro e com os astros já bem baixos sobre o horizonte oeste. A observação será desafiadora. Bônus pra quem também conseguir observar a delgada Lua, com menos de 2% de sua face visível iluminada. [Simulação: Stellarium/@ceuprofundo]

Para os observadores dos Objetos do Céu Profundo, as Nuvens de Magalhães, o Complexo de Carina com suas regiões de emissão e aglomerados estelares surgem em todo seu esplendor já no início da noite. Galáxias como M83 e NGC 5128 (Centaurus A) também aguardam para ser observadas e imageadas. E não se esqueçam dos colossais aglomerados globulares 47 Tucanae e Omega Centauri.

Cometas

Cometa C/2022 E3 (ZTF) em imagem de julho/22 utilizando telescópio robótico de o,4m da rede LCO [Wandeclayt m./@ceuprofundo]

Você provavelmente vai ver imagens do cometa C/2022 E3 (ZTF) circulando. Aqui no Brasil as melhores condições de observação em janeiro são para as regiões Norte e parte do Nordeste e Centro-Oeste. Para latitudes mais ao sul, sua posição é desfavorável e somente em fevereiro teremos boas condições para observá-lo de todo o Brasil. Com direito a conjunção com Marte e Plêiades!

Posição do cometa C/2022 E3 (ZTF) ao se aproximr do periélio na constelação da Coroa Boreal na madrugada de 12/01 (Simulação para São José dos Campos-SP, Stellarium/@ceuprofundo).
Posição do cometa C/2022 E3 (ZTF) ao se aproximr do periélio na constelação da Coroa Boreal na madrugada de 12/01 (Simulação para Recife-PE, Stellarium/@ceuprofundo).
DataHoraEvento
01/01Lua a 1º de Urano
02/01
03/01Lua em Conjunção com Marte (Máxima aproximação <0.5º, não visível no Brasil)
04/0113:17
Terra no Periélio (147,099 milhões de km).
Aniversário de nascimento de Isaac Newton.
05/01
06/0120:07Lua Cheia
07/01Mercúrio em conjunção inferior (Não observável).
08/01
09/01
10/01
11/01
12/01Cometa C/2022 E3 (ZTF) no periélio (1.11 UA).
13/01
14/0123:10Lua Minguante
15/01
16/01
17/01
18/01
19/01
20/01
21/0117:53Lua Nova
22/01Conjunção entre Vênus e Saturno ao entardecer (separação <0,5º).
23/01
24/01
25/01
26/01
27/01
28/0123:32Lua Crescente
29/01
30/01Mercúrio em máxima elongação a oeste (Visível ao amanhecer)
31/01