Com 128 novos satélites anunciados, Saturno atinge a extraordinária marca de 274 satélites com órbitas confirmadas.

Satélites na Contramão
Mas os novos satélites estão longe da exuberância de suas grandes luas descobertas até o Séc. XIX, como Titan e Enceladus. Os novos corpos são pequenos, distantes e irregulares, muitos deles em órbitas retrógradas (ou seja, na contramão da rotação de Saturno e das órbitas da maioria dos seus satélites) .
As pequenas dimensões das luas também as previne de assumir a forma esférica, comum a objetos maiores do Sistema Solar. São luas irregulares, com aspecto não muito diferente de uma batata.
Aumentando a Família

O anúncio oficial de pequenos corpos do Sistema Solar é feito através das circulares eletrônicas do Minor Planet Center da União Astronômica Internacional (IAU), órgão responsável pela nomenclatura de objetos do Sistema Solar e de estruturas em suas superfícies.
Nesta terça (11/3), três circulares trouxeram os elementos orbitais dos novos satélites:
MPEC 2025-E153 : SIXTY-ONE NEW SATURNIAN SATELLITES
MPEC 2025-E154 : THIRTY-FOUR NEW SATURNIAN SATELLITES
MPEC 2025-E155 : THIRTY-THREE NEW SATURNIAN SATELLITES
Mas para observar os novos membros da família de Saturno, você vai precisar de um instrumento pouco modesto. As luas recém-confirmadas são objetos pequenos, muitos deles provavelmente são fragmentos de uma colisão que não excedem 5 km de diâmetro. As observações que permitiram determinar as órbitas satélites foram realizadas com o telescópio CFHT (Canada France Hawaii Telescope) de 3,5 m de diâmetro, no monte Mauna Kea, no Havaí, complementando observações prévias do telescópio japonês Subaru, também instalado na montanha havaiana.
A descoberta e a determinação orbital de 64 satélites irregulares em observações realizadas no CFHT entre 2019 e 2021, é apresentada no artigo Retrograde predominance of small saturnian moons reiterates a recent retrograde collisional disruption de Edward Ashton e outros, disponível no ArXiv.

Infelizmente, durante o mês de março, Saturno fica fora do alcance dos telescópios ao passar pela conjunção com o Sol em 12/3, surgindo no início de abril no horizonte leste ao amanhecer.